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Seja sempre o Bem vindo

YOGA’S CITTA VRTI-NIRODHAH

Yoga é a inibição das modificações da mente
(Patânjali –Sec. II ou IV DC )

Somos seres espirituais. Cada um de nós, em Essência, é um Ente Divino. Nossas potencialidades são infinitas. Descobri-las é um feito fantástico. Dinamizá-las e manifestá-las é nosso maior desafio (além de ser um direito exclusivamente nosso). Ao aceitá-lo, assinamos um pacto com a Vida, renunciamos ao espectro da morte, abandonamos a perspectiva de uma existência humanamente frágil, enriquecemos nossa habilidade de viver e nos tornamos efetivamente capazes de ajudar o mundo a ser melhor.

Eis o objetivo, tão pura e simplesmente, do Yoga. Sem subterfúgios, sem tolas discussões sobre formas, acentuações gráficas e outras meras modalidades mercadológicas. Yoga é para ser praticado sempre sem perder de vista o desabrochar do Divino, a superação da egolatria, a vitória final sobre as sombras da ignorância fundamental. Superada esta é que ocorrerá o Grande Despertar e, finalmente, a Porta do Sol irá se abrir.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O Santo Que Não Dorme

Paramahansa Yogananda (1893/1952), em sua "Autobiografia de um Yogue", relata o encontro que teve com Ram Gopal, um Santo Yogue que jamais dormia, em permanente consciência extática, numa época em que ainda não havia, ele próprio, alcançado a Iluminação ( veja o post intitulado "Uma Descrição do Êxtase Divino", sobre este objetivo finalmente atingido).
- Senhor, por que não me concede o Samadhi ? -  indagou, em dado momento, o jovem e ansioso devoto.
Após profetizar que tal responsabilidade caberia, em breve, ao Guru de Yogananda, Sri Yukteswar, Ram Gopal afirmou, humildemente: - Voce me pede a Iluminação, enquanto eu próprio cismo, insignificante como sou, e com a pouca meditação que fiz, se consegui agradar a Deus e que merecimento poderei encontrar a Seus olhos no cômputo final.
- senhor, não procurou Deus, com toda sinceridade, durante longo tempo ? - admirou-se Yogananda.
- Não fiz outra coisa, respondeu o Santo. Durante 20 anos, ocupei uma gruta secreta, meditando 18 horas diáriamente. Em seguida, mudei-me para uma caverna mais inacessível e ali permaneci por 25 anos, mantendo-me em êxtase durante 24 horas todos os dias. Não precisava dormir, pois estava sempre com Deus. Meu corpo conhecia mais descanso, pela calma absoluta da superconsciência, do que poderia obter pela imperfeita paz do estado subconsciente ordinário. Os músculos se relaxam durante o  sono, mas o coração, os pulmões e o sistema circulatório continuam a trabalhar incessantemente, não conhecem repouso. Em superconsciência, todos os órgãos internos permanecem em estado de animação suspensa, eletrificados pela energia cósmica. Por este meio, para mim, vem sendo desnecessário dormir durante anos. Tempo virá em que voce também dispensará o sono.
- Céus! O senhor meditou tanto tempo e ainda não tem certeza do favor de Deus ? - admirou-se Yogananda. Então, que esperar para nós, pobres mortais?
- Bem, não vê, querido jovem, que Deus é a própria Eternidade? Pretender conhecê-lo com 45 anos de meditação, é expectativa bastante absurda. Até uma pequena meditação nos salva do terrível temor à morte e aos estados pós-morte.  Se praticar com firmeza e constância, voce atingirá a realização do Divino.



domingo, 30 de outubro de 2011

O Pobre e o Rico

Pobre não é aquele que não tem, mas aquele que pede.
Rico não é aquele que tem, mas aquele que dá.
                                  (Hermógenes)

Uma Casinha Pequenina

"Campos de lavanda da Provence, uma tarde de compras, filhos, muito dinheiro no banco, Prozac, chocolate, sexo... Já parou para pensar no que nos faz felizes?".
A indagação acima faz parte de recente artigo publicado no jornal "O Globo", no qual pessoas de diferentes ramos de atividade opinam sobre o tema. Entre os que foram ouvidos, há quem considere impossível definir a felicidade, quem a encontre no palco em que atua ou no convívio com as pessoas e quem a descubra num domingo com a família, indo ao cinema no meio da tarde durante a semana "e num pé de jabuticabas carregado". Para uma astróloga, "a lua é definitiva na idéia de felicidade". Uma filósofa garante que "a felicidade é uma idéia que mais aprisiona do que liberta" e um psicanalista entende ser impossível definir "a tal da felicidade". Impossível, incerta e efêmera, garante uma escritora, , enquanto uma jornalista assegura que a felicidade "está em viver uma vida interessante, variada, aberta para as pessoas, as novidades, os acontecimentos, os inicidentes"...
 Podemos assegurar que, não só entre os que são citados no artigo do jornal, como entre a maioria dos seres humanos, cada um tem a sua receita particular de felicidade, assim como há aqueles que, por algum motivo, sequer acreditam que ela possa ser alcançada. E o que nos diz o Yoga?
Euforia,prazeres, vitórias, acumulação de riquezas e outras inúmeras vantagens pessoais ou de grupos, não são sinônimos de felicidade, asseguram os Sábios, porque, assim como surgem, cedo ou tarde desaparecem, levando consigo "a tal felicidade".A felicidade que todo yogue deve buscar com denodado esforço e intensa devoção é Ananda, que não se esgota e é alcançada com a conquista definitiva do mais alto nível de consciência, em que o ego é totalmente vencido . Contrariando a singeleza do verso popular, Felicidade não é "uma casinha pequenina, lá no alto da colina, onde a gente quer amar".  

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Sem Diferença

Consta que o  Matemático grego Tales de Mileto, mais antigo filósofo ocidental conhecido, dizia que não há diferença entre a vida e a morte. Um cético o questionou: - Então, por que você não morre? Resposta do Sábio: - Porque não faz diferença... 

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Essência Infinita

O Sábio Yogue nos ensina a evitar discussões teóricas sobre as Escrituras. Sábio é quem se devota a realizar, não só a ler, as antigas revelações - diz ele. E acrescenta: - Resolva todos os seus problemas através da meditação. Especulações improfícuas, troque-as pela autêntica comunhão com Deus. Limpe sua mente do entulho teológico, repleto de dogmas, e deixe que nela penetrem as águas frescas, curativas, da percepção direta. Harmonize-se com o ativo Guia interno: a Voz Divina tem resposta para todo dilema da vida. Embora a habilidade humana para meter-se em dificuldades pareça inesgotável, o Socorro Infinito não é menos inexaurível.
O ensinamento do Sábio ainda recomenda: - Recorde-se que você a ninguém pertence e que ninguém lhe pertence. Reflita que algum dia terá subitamente de abandonar tudo neste mundo; estabeleça, pois, o contato com Deus, agora. Prepare-se para a viagem astral da morte que se aproxima, viajando diáriamente no aeróstato da percepção divina. Por obra da ilusão, você pensa que é um fardo de carne e ossos, o qual vem a ser, quando muito, um ninho de complicações. Medite sem interrupção, e logo virá a contemplar-se como Essência Infinita, livre de todas as misérias. Deixe de ser um prisioneiro do corpo. Aprenda a escapar para o Espírito. 


domingo, 25 de setembro de 2011

Desaprender

Apresentou-se à porta do convento um médico interessado em tornar-se frade. O prior encarregou  o mestre de noviços de atendê-lo.
Caro doutor - disse o mestre - o prior envia-lhe esta lista de perguntas. Pede que tenha a bondade de respondê-las de acordo com os seus doutos conhecimentos.
 O jovem médico, acomodado na parlatório, tratou de preencher o questionário. Em menos de uma hora devolveu-o ao mestre. Este levou o papel ao prior e retornou 15 minutos depois:
- O prior reconheceu que o senhor demonstra grande conhecimento e erudição. Suas respostas são brilhantes. Por isso pede que retorne ao convento dentro de um ano.
O médico estampou uma expressão de desapontamento.
- Ora, se respondi corretamente todas as questões - objetou - por que retornar dentro de um ano? E se eu tivesse dado respostas equivocadas, o que teria sucedido?
- O senhor teria sido aceito imediatamente e, na próxima semana, já estaria entre os noviços.
- Então, por que devo retornar em um ano?
- É o prazo que o prior considera adequado para que o senhor possa desaprender conhecimentos inúteis.
- Desaprender ? - surpreendeu-se o médico.
- Sim, desaprender. Entrar na vida espiritual é como empreender uma viagem: quanto mais pesada a bagagem, mais lentamente se cobre o percurso. Na sua há demasiadas coisas substantivamente inúteis.
O texto acima foi extraído de um artigo de Frei Betto, intitulado "A arte de desaprender", publicado hoje ( 25 de setembro), no jornal O Globo. Não há muito o que comentar, já que exemplifica com clareza a necessidade de desprezarmos o supérfluo, dedicando-nos ao aprofundamento no essencial. Frei Betto finaliza o artigo com o seguinte ensinamento : "A vida espiritual é um contínuo desaprender de apegos e ambições, vaidades e presunções. A felicidade só conhece uma moradia: o coração humano. Eis aí milhões de viciados em drogas a gritar a plenos pulmões terem plena consciência de que a felicidade resulta de uma experiência interior, de um novo estado de consciência. Como não aprenderam a via do absoluto, enveredaram pela do absurdo. E convém aprender: no amor mais se desaprende do que se aprende". 

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Para Quem É Muito Inteligente

A mente que segue os errantes sentidos torna a Alma tão desvalida quanto o barco que o vento desnorteia sobre as águas - bela forma poética utilizada por Krishna para instruir Arjuna. Mata todo o desejo de vida, aconselha Krishna, referindo-se ao corpo-ego, não ao verdadeiro Eu, que "é eterno, indestrutível, não mata nem é morto".
Destrói o sentimento de separatividade! - continua Krishna, a propósito da grande ilusão (Maya), que nos faz acreditar que somos seres isolados da Divindade.
Eis outro ensinamento que o praticante de Yoga não deve perder de vista: "Mata a sensação; olha por igual o prazer e a dor, o ganho e a perda, a vitória e a derrota; busca refúgio só no Eterno".
E mais este, do mesmo Krishna: "Os sábios não se afligem nem pelos vivos, nem pelos mortos; jamais deixei de existir e nenhum de nós deixará jamais de existir".
Antes de qualquer juizo imediato e apressado, leia e releia cada um desses ensinamentos e reflita profundamente, Não se deixe levar pela pura e simples inteligência que você possui, ou pelo grande valor intelectual já adquirido. Como ensina o Sábio: "Inteligência demais nem sempre é tão útil".

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

O eu

Insistente advertência do Sábio: O eu é todo o mal que existe, enquanto a ausência do eu é todo o bem. Do eu, que é ignorância, provêm todos os males que atormentam a vida. Tudo que é bom e digno de reverente aperfeiçoamento é inerente à existência do eu. Fora do eu, não há morte nem renascimento. Esse círculo vicioso de mortes e renascimentos é sustentado apenas pela ignorância primordial, que é o eu. O eu é, por si mesmo, a morte, por ser a negação da Verdade, que é Vida. Não somente deve ser destronado, como também ser condenado à extinção, pois não há segurança enquanto o eu sobreviver.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Espalhadas ao Vento

Após cerca de 20 anos afastados, eis que eles se  (re) encontram, graças às teias eletrônicas da Web. Uma grata surpresa, os emails de ambos reconheceram. Quantas novidades, quantas histórias que eles não se contaram, quantos acertos e tropeços pavimentaram os caminhos dos dois em todo esse tempo, e, sobretudo, quantas lembranças de uma época tão marcante, muito marcante, em suas vidas. Ela, porém, logo advertiu: -  Estou muito bem e não quero falar absolutamente nada sobre o passado.
Sábia decisão, que ele imediatamente entendeu e aceitou, sem qualquer comentário. Afinal, o que é o passado, e o presente, e o futuro? Lembranças são inevitáveis, trazê-las de volta pode não ser prudente. É como interferir na impecável serenidade do lago, interessado, apenas, em refletir a grandeza do céu, tornando-se,assim, uno com ele. 
O tempo é apenas mais uma ilusão nesse universo de Maya. Cada passo que damos nos leva ao futuro, que imediatamente se torna presente e  se transforma em  passado,  com o passo seguinte. 
Nossa mente nos oferece um mundo de ações e emoções superficiais. O Sábio esclarece: "Mesmo quando repetimos certas palavras de profunda significação, vivemos, em geral, num mundo verbal. Nossa mente é sem profundidade, mesquinha, estreita, e um dos problemas mais importantes da vida é como tornar essa mente profunda, rica, serena. A mente carregada de conhecimentos não é uma mente rica. Só o é aquela que penetrou fundo em si mesma e descobriu seus próprios e inumeráveis recessos, suas secretas idéias e motivos, e é capaz de penetrar e transcender o pensamento".
Após tantos anos, o reencontro daquele casal, embora virtual, tornou-se um motivo de alegria permanente, hoje, aqui e agora, porque ambos desprezaram o espantalho das lembranças de um tempo já vivido, sem chance de retorno. O Sábio aconselha: "Sempre considere tudo o que passou um monte de cinzas, espalhadas ao vento". 

domingo, 24 de julho de 2011

Mesa de Trabalho

Há uma desordem geral sobre a mesa de trabalho.Nas gavetas, papéis também se amontoam. Alguns jornais, correspondência, cartões de visita, anotações mil a espera do registro eletrônico. Em meio a esse caos, fica difícil localizar as coisas mais simples, de uso mais constante e necessário. A melhor esferográfica, o pequeno grampeador, a caixinha de clips, aqueles indispensáveis envelopes timbrados - tudo parece ter simplesmente se desintegrado. Mas, como, se ainda outro dia estavam aqui?...
Nessas condições, a impressão que temos é de uma certa impotência pessoal, uma incapacidade de agir, de produzir, de buscar inspiração. É como se a mesma desorganização de papéis e objetos nos invadisse, literalmente, transformando-nos em seres caricaturados por um traço surreal. Nunca imaginei que uma canetinha azul fosse tão importante, fizesse tanta falta...
É comum nos defrontarmos com situações semelhantes em nossa vida. Os seres humanos, regra geral, vivemos assim, perturbados pela desordem dos pensamentos, impossibilitados de vislumbrar a luz, imersos que estamos na penumbra de temores e horrores, apegos e aversões, do fugidio prazer, da inevitável, indescritível e intransferível dor. É o nó na garganta, o suor frio, o corpo trêmulo, o coração descompassado, a sensação de vazio. É a impossibilidade de praticar os atos mais corriqueiros, como ser cordial com os demais, ou os mais essenciais, como conciliar o sono no momento propício.
Voltando à mesa de trabalho: aos poucos, as coisas vão sendo reincorporadas aos seus devidos lugares. Seleciona-se os cartões de visita, arquivam-se anotações, rasga-se uma  montanha de papéis, limpa-se as gavetas.Remove-se, enfim, o confuso entulho de inutilidades. E surgem os simples, úteis, indispensáveis instrumentos de oficio, que se imaginava irremediavelmente perdidos.
A acomodação de cada coisa em seu respectivo lugar nos devolve segurança para a atividade, nos envolve numa atmosfera de alegria infantil, recupera em nós a capacidade de ser e de realizar.
Superar atribulações, administrar dificuldades, enfrentar os embates comuns à trajetória humana exigem organização e reorganização permanentes de nossa "mesa de trabalho". Sem interesse e disciplina, sem coragem para se desfazer do supérfluo - tantas vezes disfarçado em imprescindíveis atributos intelectuais - será cada vez mais difícil ter acesso à simplicidade da Essência, à sempre renovada força do Universal em cada um, aos fundamentais e inesgotáveis recursos inspiradores e, efetivamente, transformadores do Espírito.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Sem palanques, sem discursos, sem promessas.

O meio social precisa de líderes que o conduza pelos caminhos do equilíbrio, da harmonia e da prosperidade. Sabemos que o  mundo precisa de seres refinados, de fraternidade ampla, de permanente ação solidária em todos os segmentos da dinâmica social. E o que se espera dos líderes dispostos a incentivar esse movimento é que, mais do que com  palavras, demonstrem, com os próprios atos e o espelho de suas vidas, o exemplo que desejam ver seguido, vivenciando-o em tempo integral.
Um juízo apressado concluirá ser essa uma pretensão inviável, utópica, descartável de imediato, por ausência de qualquer pragmatismo. Mesmo aqueles que sonham com um mundo melhor poderão dedicar a essa proposta apenas alguns momentos de reflexão, para logo abandoná-la. É justo que se indague: o que fazer, enquanto isso, até que surjam tais líderes? E, afinal, onde estão eles?
Perguntas oportunas. Principalmente quando constatamos, pelos exemplos históricos deixados no rastro do avanço da Civilização, que a esmagadora maioria dos movimentos destinados ao aperfeiçoamento da convivência social - buscando a eliminação dos fatores em que se originam, por exemplo, a fome e a miséria - falharam no essencial. Podem ter colhido algum sucesso, mas de vida curta, no máximo por alguns decênios.
No entanto, neste exato momento, há um líder nato lendo este texto. Você, é claro.
Se o meio social se degenera; se são cada vez mais alarmantes os índices de violência; se a retidão, a honestidade, a confiança mútua, tornaram-se exemplos raros; se, enfim, o que se deseja é viver em paz, numa Sociedade em paz, a melhor contribuição de cada um de nós é oferecer a essa mesma Sociedade um cidadão transformado, aperfeiçoado, amoroso, fraterno, refinado, espiritualizado, consciente da importância do seu exemplo para a idêntica transformação de outras vidas e da própria Sociedade. Em silêncio. Sem palanques, sem discursos, sem promessas. O aperfeiçoamento social começará no instante em que cada um de nós assim se decidir. Se pouco falta para a angústia da espera por dias melhores atingir os limites do suportável, por que não deflagrar esse processo a partir de agora?
Líderes, como você, é que não faltam.


quarta-feira, 15 de junho de 2011

Gita

Quando eu leio o Bhagavad-Gita e reflito sobre como Deus criou este Universo, tudo o mais parece supérfluo. Einstein.
Gita é o mais belo e, provavelmente, o único poema realmente filosófico em qualquer língua conhecida. É, talvez, a suprema e mais profunda obra desse mundo. Wilhelm von Humboldt.
Pela manhã, eu banho o meu intelecto na estupenda filosofia do Bhagavad-Gita, o qual faz o mundo moderno e a sua literatura parecerem insignificantes. Thoreau.
O Bhagavad-Gita é uma das mais claras e compreensivas exposições já realizadas da filosofia perene. Essa fonte de inesgotável valor, portanto, pertence, não apenas à India, mas a toda a humanidade. Aldous Husley.
O Gita é sublime como a noite e de tirar o fôlego como o oceano. Contém todos os sentimentos religiosos, todos os grandes sistemas de ética que influenciaram as pessoas nobres e de mente poética. Ralph Waldo Emerson.
Verdadeiramente, o esplendor do Bhagavad Gita está na beleza da sua revelação dessa sabedoria de vida capaz de fazer a filosofia florescer no âmbito da Religião. Herman Hesse. 
A condição para se poder compreender plenamente uma obra tão sublime como o Bhagavad Gita é o estabelecimento de uma sintonia fina do nosso espírito com o texto. Rudolph Steiner.


terça-feira, 7 de junho de 2011

Aprender com os Outros

Temos muito a aprender com os outros. Não é preciso duvidar desse fato. Aqueles que se recusam a aprender desse modo, declaram-se tolos. Você pode aprender com os outros qualquer coisa que possa promover seu progresso espiritual e absorvê-lo ao máximo, de acordo com as linhas previstas para seu próprio progresso, em seu próprio caminho moral, ou Dharma.
Você deve viver como você mesmo, não como outra pessoa. Esteja imerso em seu Deus, em suas próprias crenças e sentimentos, na bem-aventurança que brota do seu próprio coração e do prazer derivado da sua prática espiritual (sâdhana). Se outros tentam impedi-lo de fazer isso, qualquer plano que façam ou artifícios que empreguem, resista a eles.
Não negue a si mesmo a Consciência do Divino e do Êxtase Divino
Derrube as barreiras que se interpõem no caminho e obstruem o livro fluxo de divindade, doçura e força do fundo do seu coração. (Sathya Sai Baba).

terça-feira, 24 de maio de 2011

Devoção é Renúncia

Devoção é renúncia, ensinam os Sábios Yogues. Renúncia é desapego pelo irreal. É um equívoco considerar que renúncia significa o afastamento de tudo e de todos. Analisando a sensação do ego ( eu não vivo sem isso, eu detesto aquilo, etc.) podemos afastar a parte real da irreal. O ego tem algo de real em sua estrutura, chamado Luz da Consciência.Buscar denodadamente essa Luz é devoção. 
Eis o ensinamento de um Sábio: "O ego não pode ser subjugado por alguém que o considera real. É como a nossa própria sombra. Imaginemos um homem que desconhece a verdade sobre sua sombra. Ele a vê, seguindo-o persistentemente e deseja livrar-se dela. Tenta fugir, correndo dela, mas ela continua a segui-lo. Cava um poço profundo e tenta enterrá-la, soterrando o poço, mas a sombra vem à superfície e continua a segui-lo. Só consegue livrar-se da sombra desviando dela o olhar e passando a contemplar-se a si mesmo, o criador da sombra. Só então, a sombra não o perturbará".
Deixarmo-nos dominar pela sensação do ego nos assemelha ao homem desta parábola, já que o ego não passa de uma sombra do Ser , da Luz da Consciência mencionada linhas atrás. Desprezar o ego-sombra e voltar-se para a Luz é renúncia e devoção. 

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Pobreza e Riqueza

Pobre não é aquele que não tem, mas aquele que pede. Rico não é aquele que tem, mas aquele que dá. (Hermógenes).

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Não é mesmo, Jesus?

A mente que segue os errantes sentidos torna a Alma tão desvalida quanto o barco que o vento desnorteia sobre as águas - bela forma poética utilizada por Krishna para instruir o inseguro Arjuna. Mata todo o desejo de vida - aconselha Krishna, referindo-se ao corpo-ego, não ao verdadeiro Eu, que é eterno, indestrutível, não mata, nem é morto.
Destrói o sentimento de separatividade!, continua Krishna, referindo-se à grande ilusão  (Maya), ou ignorância fundamental, que nos faz acreditar que somos seres isolados do Divino.
Outro ensinamento que o praticante de Yoga não deve perder de vista e perseguir com total dedicação: Mata a sensação: olha por igual o prazer e a dor, o ganho e a perda, a vitória e a derrota; busca refúgio somente no Eterno. Os Sábios não se afligem, nem pelos vivos, nem pelos mortos; jamais deixei de existir e nenhum de nós deixará jamais de existir no futuro.
Yoga, sem a denodada busca de resultados como esses, é apenas um pseudônimo, um faz-de-conta, com o reforço da vulgarização que tanto se dissemina  nos dias que correm. Quem tiver olhos, que veja; quem tiver ouvidos, que ouça! não é mesmo, Jesus? 

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Noemi Jaffe. Fai, Fado, Flor, Visão

Fai, Fado, flor, visão. Como se sabe, as flores possuem uma língua secreta, que combinaram, de forma também codificada, jamais revelar a qualquer animal, muito menos os da espécie humana. Nem mesmo os pássaros ou as abelhas conseguem decifrar ou compreender o que elas dizem. Sabe-se, entretanto, que elas dominam uma língua, pois os sinais por elas emitidos são claramente reconhecíveis, como as cores, as formas e algumas alterações súbitas, além de ruídos estranhos já relatados por diversos moradores das florestas e das campinas. Alguns habitantes  privilegiados destas regiões souberam detectar, pela leitura lenta e aplicada dos sinais emitidos pelas flores, em algumas delas, códigos de boa fortuna e determinações infalíveis do fado das criaturas. Assim, por exemplo, se o pólen de uma margarida é derramado sobre uma plantação de algodão, nos primeiros dias da primavera, o algodão florescerá alvo, vicejante e terá uma resistência inigualável. Os moradores de melhor visão e escuta dizem que já discerniram, na língua secreta das flores, a palavra faim, a única até hoje decodificada, que, para todos eles, significa simultaneamente a sorte, ou fado, a própria flor e a visão afortunada que lhes permitiu reconhecer aqueles sinais. (Transcrito da Folha de São Paulo, caderno Ilustríssima,de 03/04/2011). 

quinta-feira, 17 de março de 2011

YÔGA É YOGA E IOGA

Não é verdade que haja diferença entre Yoga e Yôga.
Nosso idioma utiliza o som aberto  para a letra "o" (como em a, e, i, o, u). Em sânscrito, origem da palavra yoga, as vogais "e/o" não têm pronúncia aberta, o som é fechado: "ê/ô". Yôga é a  pronúncia correta em sânscrito. Apenas isso.
O "Y" não faz parte do nosso alfabeto e é comum substitui-lo pelo "I". Logo, Yoga e Ioga, com pronúncia aberta  ou fechada,  representam  a mesmíssima coisa. E, em ambos os casos, não há a menor necessidade de acento gráfico diferencial.  Igualmente não é verdade que Yoga não ofereça  resultado terapêutico. Também é falsa a informação de que apenas jovens podem praticar Yoga.
O que diferencia o Yoga não é um acento gráfico, é a intenção de quem o adotou como objetivo. É possível praticar Yoga em  busca de resultados físicos e/ou psíquicos (os tais "poderes"), desvinculando-a dos mais elevados interesses espirituais e do atingimento divino, fugindo, assim, do ensinamento ancestral que os verdadeiros Mestres Yogues nos legaram. Apenas fortalecer o ego é opção que exige muito menos empenho e, por isso mesmo, é tão oferecida (vendida), a começar pela própria India.  Diga Yôga, como em sânscrito, e faça Yoga ou Ioga, como bom brasileiro...

quarta-feira, 16 de março de 2011

Libere o Fluxo de Divindade

Temos muito o que aprender com os outros. Não é preciso duvidar desse fato. Aqueles que se recusam a aprender desse modo, declaram-se tolos. Você pode aprender com os outros qualquer coisa que possa promover seu progresso espiritual e absorvê-lo ao máximo de acordo com as linhas previstas para seu próprio progresso, em seu próprio caminho moral (Dharma).
Você deve viver como você mesmo, e não como outra pessoa.
Esteja imerso em seu Deus, em suas próprias crenças e sentimentos, na bem-aventurança que brota de seu próprio coração e no prazer derivado de sua prática espiritual (Sâdhana). Se outros tentam impedi-lo de fazer isso, qualquer plano que façam ou artifícios que empreguem, resista a eles.
Não negue a si mesmo a Consciência do Divino e do Êxtase Divino. Derrube as barreiras que se interpõem e obstruem o livre fluxo de divindade, doçura e força do fundo de seu coração. (Sathya Sai Baba). 

sexta-feira, 4 de março de 2011

Devoção é Renúncia

Devoção resulta em renúncia, desapego pelo irreal, segundo o Bhakty Yoga, o Yoga devocional. Quem é dedicado à busca do  Ser que reside em si, prioriza o anseio pela Realização Divina, tem nessa meta o principal objetivo de sua vida e  torna-se indiferente ao mundo exterior. Renunciar fortalece a busca. Quando nos devotamos a qualquer projeto em nossas atividades comuns, renunciamos a qualquer coisa que possa obstruir nosso caminho, permanecemos concentrados,  indiferentes ao que se passa ao nosso redor, até conseguirmos o resultado almejado. O autêntico devoto mantém a atitude mental voltada para a Divindade Interna, mesmo em meio aos afazeres da rotina diária, sem a menor preocupação em demonstrar tal qualidade aos demais, em se exibir como devoto.
Devoção, renúncia, desapego causam sofrimento, sim, mas apenas ao ego ranzinza, mesquinho, finito, até que este seja, finalmente,  tragado pelo verdadeiro Ser que cada um nós É. 

terça-feira, 1 de março de 2011

Devoção

Consta que as torres dos templos ou igrejas se destacam, sempre à vista, nas alturas, para que nos lembremos de que Deus, da mesma forma, deve estar sempre à vista, permanentemente em  nossos pensamentos, em nossas ações, para nos levar a  aceitar e agradecer Suas incessantes bênçãos. Ao conseguirmos desenvolver essa atitude de entendimento e devoção, aos poucos nossa consciência irá eliminando a equivocada noção do puro e isolado individualismo, do tão idolatrado e  incensado  ego pessoal.
A constante lembrança de Deus contribui eficazmente para tornar esse o principal relacionamento de nossas vidas, transformando em secundários todos os demais relacionamentos. Onda e oceano existem na água, que é  uma só, assim como cada um de nós e Deus existimos em uma única e ilimitada Consciência. Se à onda fosse possível ver a si mesma, poderia se considerar como oceano - isto é, o total - ou como onda, limitada, nascida  há  poucos instantes e sujeita a morte imediata. Todos os seres são parte do Todo, nenhum de nós é um indivíduo isolado. O Yoga nos ensina a dedicar nossas ações a Deus. Aos que não conseguem agir sempre por amor a Deus, Krishna recomenda: "Continue a fazer seu trabalho, alcançando o que você deseja, e quando obtiver os resultados, lembre-se de Mim como Aquele que dá os frutos da ação. Quem cultiva essa atitude  é meu devoto, sua mente irá residir em Mim e, então, meu ensinamento se tornará claro". 

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Meditação Com Dayananda

Swami Dayananda ensina: Meditação é somente você ser a pessoa que você é. Você é dotado de um corpo, de sentidos e de uma mente, que tem memórias, emoções e conhecimentos, e é consciente de todos eles. Você é uma pessoa. Uma pessoa se torna uma personalidade por causa dos medos, ansiedades e muitos outros problemas. Raiva, inveja, insegurança, tudo isso faz de uma pessoa uma personalidade. Tudo isso é criado por você mesmo.
Na Meditação você reduz todas as situações a simples fatos. Quando você aceita as situações, você se torna uma personalidade. O fato é que você é uma pessoa com um corpo, sentidos, uma mente e, fora, como objeto de seus sentidos, está o mundo. Quando você apenas vê fatos, você é uma pessoa que não exige nem necessita alguma coisa. Quando você é uma pessoa que exige ou  necessita alguma coisa, nesse momento está interagindo com o mundo. Quando apenas aprecia o mundo, você é somente você mesmo e o mundo é como ele é. Você não está desempenhando papéis (pai, filho, amigo, patrão, empregado, etc.). O problema é que cada papel acumula resíduos, portanto, você tem que neutralizar, remover esses resíduos, para você ser o que é e as coisas serem o que elas são.
No processo de Meditação, os resíduos devido aos papéis são neutralizados. Meditação é ser independente de papéis. (Trecho de palestra publicado pela Revista de Vedanta, edição de maio de 1987, do Centro de Estudos Vidyá Mandir, Rio de Janeiro). 



quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Consciência e Consciente

Mestres Yogues ensinam que o Ser Real (potencialmente em cada um de nós)não é consciente, é Consciência. Consciente, explicam Eles, é a mente , pobre e descontínua, que não existe totalmente e, para a qual, é preciso uma fonte. Tal fonte é a Consciência Original, de Brilho Constante que, logo, ao contrário da mente, nunca declina. Isto significa que o Ser Real (ou a Fonte referida). é Consciência.
Confuso? O Sábio Sankara esclarece: o objetivo é diferenciar a Consciência, permanente, imutável e, por isso mesmo Divina, da mera conscientização esporádica de qualquer objeto, tida entre os seres humanos como conhecimento.
Consciência, portanto, não é atributo do Ser Real (até porque este não possui atributos), mas sua própria Essência, fator comum de todos os pensamentos e de todas as percepções, também lembrado simplesmente como Eu Sou.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Sem Lugar Para Dois

Budha ensinou: "A lamparina brilha quando estão limpos pavio e óleo. Para limpá-los requer-se um limpador apropriado. A chama não sente o processo de limpeza. Os ramos da árvore são sacudidos pelo vento, mas o tronco permanece imóvel. Luta com os teus pensamentos impuros, antes que te dominem. Trata-os como eles querem tratar-te, porque, se os poupas, criarão raízes,crescerão e estes pensamentos te dominarão. O eu da matéria e o Eu do Espírito jamais podem reunir-se. Um deles tem de desaparecer. Não há lugar para os dois".