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Seja sempre o Bem vindo

YOGA’S CITTA VRTI-NIRODHAH

Yoga é a inibição das modificações da mente
(Patânjali –Sec. II ou IV DC )

Somos seres espirituais. Cada um de nós, em Essência, é um Ente Divino. Nossas potencialidades são infinitas. Descobri-las é um feito fantástico. Dinamizá-las e manifestá-las é nosso maior desafio (além de ser um direito exclusivamente nosso). Ao aceitá-lo, assinamos um pacto com a Vida, renunciamos ao espectro da morte, abandonamos a perspectiva de uma existência humanamente frágil, enriquecemos nossa habilidade de viver e nos tornamos efetivamente capazes de ajudar o mundo a ser melhor.

Eis o objetivo, tão pura e simplesmente, do Yoga. Sem subterfúgios, sem tolas discussões sobre formas, acentuações gráficas e outras meras modalidades mercadológicas. Yoga é para ser praticado sempre sem perder de vista o desabrochar do Divino, a superação da egolatria, a vitória final sobre as sombras da ignorância fundamental. Superada esta é que ocorrerá o Grande Despertar e, finalmente, a Porta do Sol irá se abrir.

domingo, 25 de setembro de 2011

Desaprender

Apresentou-se à porta do convento um médico interessado em tornar-se frade. O prior encarregou  o mestre de noviços de atendê-lo.
Caro doutor - disse o mestre - o prior envia-lhe esta lista de perguntas. Pede que tenha a bondade de respondê-las de acordo com os seus doutos conhecimentos.
 O jovem médico, acomodado na parlatório, tratou de preencher o questionário. Em menos de uma hora devolveu-o ao mestre. Este levou o papel ao prior e retornou 15 minutos depois:
- O prior reconheceu que o senhor demonstra grande conhecimento e erudição. Suas respostas são brilhantes. Por isso pede que retorne ao convento dentro de um ano.
O médico estampou uma expressão de desapontamento.
- Ora, se respondi corretamente todas as questões - objetou - por que retornar dentro de um ano? E se eu tivesse dado respostas equivocadas, o que teria sucedido?
- O senhor teria sido aceito imediatamente e, na próxima semana, já estaria entre os noviços.
- Então, por que devo retornar em um ano?
- É o prazo que o prior considera adequado para que o senhor possa desaprender conhecimentos inúteis.
- Desaprender ? - surpreendeu-se o médico.
- Sim, desaprender. Entrar na vida espiritual é como empreender uma viagem: quanto mais pesada a bagagem, mais lentamente se cobre o percurso. Na sua há demasiadas coisas substantivamente inúteis.
O texto acima foi extraído de um artigo de Frei Betto, intitulado "A arte de desaprender", publicado hoje ( 25 de setembro), no jornal O Globo. Não há muito o que comentar, já que exemplifica com clareza a necessidade de desprezarmos o supérfluo, dedicando-nos ao aprofundamento no essencial. Frei Betto finaliza o artigo com o seguinte ensinamento : "A vida espiritual é um contínuo desaprender de apegos e ambições, vaidades e presunções. A felicidade só conhece uma moradia: o coração humano. Eis aí milhões de viciados em drogas a gritar a plenos pulmões terem plena consciência de que a felicidade resulta de uma experiência interior, de um novo estado de consciência. Como não aprenderam a via do absoluto, enveredaram pela do absurdo. E convém aprender: no amor mais se desaprende do que se aprende". 

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Para Quem É Muito Inteligente

A mente que segue os errantes sentidos torna a Alma tão desvalida quanto o barco que o vento desnorteia sobre as águas - bela forma poética utilizada por Krishna para instruir Arjuna. Mata todo o desejo de vida, aconselha Krishna, referindo-se ao corpo-ego, não ao verdadeiro Eu, que "é eterno, indestrutível, não mata nem é morto".
Destrói o sentimento de separatividade! - continua Krishna, a propósito da grande ilusão (Maya), que nos faz acreditar que somos seres isolados da Divindade.
Eis outro ensinamento que o praticante de Yoga não deve perder de vista: "Mata a sensação; olha por igual o prazer e a dor, o ganho e a perda, a vitória e a derrota; busca refúgio só no Eterno".
E mais este, do mesmo Krishna: "Os sábios não se afligem nem pelos vivos, nem pelos mortos; jamais deixei de existir e nenhum de nós deixará jamais de existir".
Antes de qualquer juizo imediato e apressado, leia e releia cada um desses ensinamentos e reflita profundamente, Não se deixe levar pela pura e simples inteligência que você possui, ou pelo grande valor intelectual já adquirido. Como ensina o Sábio: "Inteligência demais nem sempre é tão útil".

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

O eu

Insistente advertência do Sábio: O eu é todo o mal que existe, enquanto a ausência do eu é todo o bem. Do eu, que é ignorância, provêm todos os males que atormentam a vida. Tudo que é bom e digno de reverente aperfeiçoamento é inerente à existência do eu. Fora do eu, não há morte nem renascimento. Esse círculo vicioso de mortes e renascimentos é sustentado apenas pela ignorância primordial, que é o eu. O eu é, por si mesmo, a morte, por ser a negação da Verdade, que é Vida. Não somente deve ser destronado, como também ser condenado à extinção, pois não há segurança enquanto o eu sobreviver.