........................................
Seja sempre o Bem vindo

YOGA’S CITTA VRTI-NIRODHAH

Yoga é a inibição das modificações da mente
(Patânjali –Sec. II ou IV DC )

Somos seres espirituais. Cada um de nós, em Essência, é um Ente Divino. Nossas potencialidades são infinitas. Descobri-las é um feito fantástico. Dinamizá-las e manifestá-las é nosso maior desafio (além de ser um direito exclusivamente nosso). Ao aceitá-lo, assinamos um pacto com a Vida, renunciamos ao espectro da morte, abandonamos a perspectiva de uma existência humanamente frágil, enriquecemos nossa habilidade de viver e nos tornamos efetivamente capazes de ajudar o mundo a ser melhor.

Eis o objetivo, tão pura e simplesmente, do Yoga. Sem subterfúgios, sem tolas discussões sobre formas, acentuações gráficas e outras meras modalidades mercadológicas. Yoga é para ser praticado sempre sem perder de vista o desabrochar do Divino, a superação da egolatria, a vitória final sobre as sombras da ignorância fundamental. Superada esta é que ocorrerá o Grande Despertar e, finalmente, a Porta do Sol irá se abrir.

sábado, 31 de outubro de 2009

Um Lugar Especial

Se você tiver condições, separe um cômodo especial para meditar. Mantenha o local sempre muito limpo, arejado e utilize-o somente para as práticas, inclusive de respiração e relaxamento. Ali você também poderá estudar a literatura enriquecedora do Espírito ou ouvir música suave. Enfeite o local com algumas flores naturais e queime incenso de boa qualidade.
Um local como esse, somente alguém muito especial, que se identifique plenamente com os seus ideais de evolução espiritual, poderá partilhar. Utilizando-o assim, em pouco tempo a atmosfera do cômodo estará saturada das melhores vibrações, das mais suaves e sutis energias, melhor favorecendo a prática da Meditação.
O lugar ideal para meditar, no entanto, quem fará é você e seu sincero interesse. Nesse caso, a Meditação estará onde você estiver, quando você desejar e se dispuser a praticá-la, sem vínculos, apegos ou qualquer dependência das condições externas.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O mundo é a mente

Etmológicamente a palavra divertir, do latim divertére, significa "ir-se embora, afastar-se". Quando nos propomos à diversão, é com o intuito de nos afastarmos dos problemas, dos inconvenientes cotidianos, dos transtornos comuns ao ser humano. Quando permitimos a inquietude natural, típica, da mente, nós a autorizamos a se afastar, "a ir embora", para continuar se dissipando, se enfraquecendo, se alienando e nos alienando da Fonte do Espírito. Eis a normalidade que a meditação é capaz de corrigir.
Convém refletir sôbre essas palavras de Ramana Maharishi, o Sábio da Montanha Sagrada ( 1878-1950): O mundo e a mente aparecem e desaparecem juntos como um só; mas, dos dois, o mundo deve o seu aparecimento apenas à mente. Só é real Aquilo onde esse par inseparável, o mundo e a mente, aparece e desaparece. A Realidade, que é a única infinita Consciência, nem aparece, nem desaparece.

domingo, 25 de outubro de 2009

YÔGA É YOGA E IOGA

Não é verdade que haja diferença entre Yoga e Yôga.
Nosso idioma utiliza o som aberto  para a letra "o" (como em a, e, i, o, u). Em sânscrito, origem da palavra yoga, as vogais "e/o" não têm pronúncia aberta, o som é fechado: "ê/ô". Yôga é a  pronúncia correta em sânscrito. Apenas isso.
O "Y" não faz parte do nosso alfabeto e é comum substitui-lo pelo "I". Logo, Yoga e Ioga, com pronúncia aberta  ou fechada,  representam  a mesmíssima coisa. E, em ambos os casos, não há a menor necessidade de acento gráfico diferencial.  Igualmente não é verdade que Yoga não ofereça  resultado terapêutico. Também é falsa a informação de que apenas jovens podem praticar Yoga.
O que diferencia o Yoga não é um acento gráfico, é a intenção de quem o adotou como objetivo. É possível praticar Yoga em  busca de resultados físicos e/ou psíquicos (os tais "poderes"), desvinculando-a dos mais elevados interesses espirituais e do atingimento divino, fugindo, assim, do ensinamento ancestral que os verdadeiros Mestres Yogues nos legaram. Apenas fortalecer o ego é opção que exige muito menos empenho e, por isso mesmo, é tão oferecida (vendida), a começar pela própria India.  Diga Yôga, como em sânscrito, e faça Yoga ou Ioga, como bom brasileiro...

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Mergulho Profundo

As cinco cores fazem cegos os olhos humanos. As cinco notas tornam surdos os ouvidos. Os cinco gostos injuriam o paladar. As corridas e caçadas desencadeiam no coração paixões furiosas e selvagens. Os bens de difícil obtenção deixam-nos feridos de encontro a perigosos obstáculos. Por esse motivo, o sábio se ocupa do interior e não do exterior dos sentidos. Rejeita o superficial e prefere mergulhar no profundo. (Lao Tsé).

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O Pensamento

A natureza mental é o resultado do que pensamos, é dirigida pelos nossos pensamentos, feita pelos nossos pensamentos. Se alguém fala ou age movido por um mau pensamento, o sofrimento o seguirá como uma consequência, como uma roda segue o passo do boi que puxa a carroça. Se alguém fala ou age movido por um pensamento puro, a felicidade o segue como uma sombra e nunca o abandona.
(Dhammapada: o Caminho da Lei, considerada obra básica do Budismo).




Meditar é Preciso – 4

A prática da Meditação exige perseverança, sem a qual torna-se muito difícil aplicar-se à arte de Meditar. Assim, aos poucos, é que se consegue remover da mente a contaminação venenosa da superfície, gerada por anos e anos desse exclusivo contato.
O importante é não ceder aos primeiros obstáculos, nem se desapontar de vez, imaginando, por exemplo, que "não sou capaz de me concentrar". Saiba: todos nós, com maior ou menor intensidade, temos essa dificuldade, que, inclusive, pode variar com o momento que se está vivendo. E é justamente por isso – consequência da natureza indisciplinada da mente – que devemos meditar, para mudar essa característica, como pouco a pouco irá acontecendo, até atingirmos estágios mais profundos e elevados de comunhão com a qualidade Divina em nós.
A comunhão total (Yoga) ocorre quando cessa esse verdadeiro turbilhão mental, após um período que não temos condição de prever e que exige rigorosa aplicação e confiante e definitiva entrega a Deus.

Meditar é Preciso – 3

Não se dedique à Meditação apenas para buscar os benefícios físicos e psíquicos que a prática regular concede. É a meta da maioria, que conta, inclusive, com o incentivo de renomados instrutores, colecionadores de títulos (alguns auto concedidos) e de visível sucesso comercial.
Tais benefícios são importantes e é legítimo procurá-los, mas, isoladamente, servem apenas para aprimorar o ser superficial, demonstrando que o praticante ainda imagina, ingenuamente, ser possível obter felicidade servindo-se do mundo e dos demais, ao invés de também dedicar-se ao serviço para o bem comum.
Meditar, sem o firme propósito do atingimento espiritual, é permanecer com a consciência vazia de Divindade, e não existe pior sofrimento. É continuar sendo mais um medíocre entre os medíocres, fadado à dissolução, desmobilizado do principal desafio a que é chamado o ser humano – o desafio de encontrar Deus em si próprio.

Meditar é Preciso – 2

Pouco a pouco afrouxando os laços da ligação perniciosa com a superfície, até eliminá-los, a Meditação oferece, como resultados mais imediatos, a dissipação de inúmeras mazelas físicas e psíquicas. É um valioso tratamento para os incômodos do estresse, tornando-nos hábeis administradores da tensão e de todas as perturbações próprias do meio social em que vivemos. Praticada sistematicamente e acompanhada de outras ações que contribuem para a manutenção do equilíbrio físico e psíquico (alimentação e outros hábitos saudáveis), a Meditação é poderoso remédio contra angústia, ansiedade, insônia, fobias, combatendo a timidez e nutrindo permanente sentimento de autoconfiança, de suave e estimulante euforia.
A Meditação reeduca a mente, através de uma nova e profunda sintonia, caminho para o despertar e o amadurecer do Ser Espiritual que somos.
A Meditação abre as portas da inspiração e da intuição.
Aguça a inteligência.
Ilumina a Sabedoria.
Recicla e aperfeiçoa a habilidade para o próprio viver social, mas um viver solidário, amoroso, fraterno – e por isso mesmo indescritivelmente feliz.
"Não podem chegar à verdadeira ciência aqueles que não entraram nessa Paz, pois, sem a Paz e sem a calma, não é possível existir Sabedoria, nem Felicidade". (Bhagavad Gita - II-66).

Meditar é Preciso – 1

"Com a mente saturada de plenos e claros conhecimentos a cerca da verdadeira natureza do Espírito; sendo perseverante no governo da mente; tendo abandonado toda aliança com objetos sensórios e estando livre de influências do apego e do ódio; sendo frugal na dieta e com a palavra, o corpo e a mente educados na obediência, sente-se ele num lugar solitário e pratique sempre a Meditação, cultivando o desapaixonamento. Finalmente, banido de si, o egoísmo, a resistência, o orgulho, o desejo, o rancor e o senso de posse, alcançará ele aquela Paz que o capacitará a unificar-se com Deus". (Bhagavad Gita, XVIII-51-52-53).
A posição correta para meditar é aquela em que o praticante senta-se comodamente durante o tempo que quiser, com a coluna ereta, sem exageros, o que facilita a estabilização da mente. Esta se inquieta ainda mais, quando o corpo se inquieta. Prefira um canto reservado, onde você possa ficar sem interrupções. O melhor momento é às primeiras horas da manhã, entre 4 e 6 horas, quando é menor a contaminação psíquica do meio ambiente, disciplina nem sempre possível em face dos afazeres e do cansaço diários. Faça, então, o seu próprio horário, em qualquer pedaço do dia. Regularidade é fundamental. Sente-se numa superfície firme, forrada com alguma manta ou coberta, ou utilize uma almofada igualmente firme.
Deixe que a respiração aconteça, simplesmente flua, sem ser provocada ou desejada; que seja normal e espontânea, sem quebra do ritmo natural. Dirija a atenção para o interior das narinas e assim permaneça, percebendo a respiração, sem interferir, sem modificar o seu ritmo. Todas as vezes que houver distração – e serão muitas! – bastará trazer a atenção de volta, para o simples registro da passagem do ar.
Não lute nem se contrarie com as dispersões da mente, que poderão ocorrer em maior ou menor número a cada dia de prática. Procure meditar pelo menos 20 minutos diários. Aumente o período gradativamente. E o estado de harmonia, de serenidade, de profunda lucidez e branda euforia passará a se prolongar cada vez mais. É apenas o começo de se descobrir Divino.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Imutável


Ao mirar-se na corrente da vida, o homem diz: "Esse sou eu". Mas o verdadeiro Eu do Universo não tem causa nem autor. É eterno, transcende o alcance da mutabilidade. (De um sermão de Buda).
Seres humanos comuns,  iletrados ou não, somos  adestrados  pela cultura da informação gerada no meio social em que vivemos. Quer sejamos pessoas comuns, anônimas na multidão, ou qualquer tipo de celebridade ou liderança, somos o resultado dessa cultura. Ela é o nosso espelho, a "corrente da vida" acima mencionada, no qual nos miramos e nos reconhecemos. Ao mesmo tempo, representa um véu, obstáculo à manifestação do imutável em nós. Yoga é o rompimento desse véu.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Sem Privilégios

A mente não é responsável pela desordem dos pensamentos, pelo caos interior.
A mente é um órgão humano como outro qualquer. Está à nossa disposição para ser utilizada como preferirmos.
A mente precisa ser preparada para a qualidade do Espírito, para o Ser Divino que somos em potencial.
Não importa a corrente religiosa a que cada um de nós pertença.
A Consciência Divina é para os que desejam alcançá-la. Não há exceção, ou grupo "escolhidos".
Todos os Santos foram seres humanos.
Todos os seres humanos serão Santos.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Caminhe e Medite

Aprenda a meditar durante as caminhadas. Aliás, habitue-se a caminhar. Ao contrário da corrida, que exige um bom preparo físico, ou certo sacrifício até adquiri-lo, a caminhada pode ser praticada por qualquer um, em qualquer tempo, em qualquer idade. Caminhar, além do imenso bem à nossa saúde, pode ajudar-nos no desenvolvimento da introspecção, tão necessária ao desenvolvimento espiritual. Esqueça a tagarelice, tão comum entre os que caminham acompanhados. Deixe em casa o celular, não ofereça aos ouvidos qualquer tipo de música. Aprenda a caminhar em silêncio, no litoral, no campo, como estiver ao seu alcance. Quando em grupo, recomende isso aos demais. Silencie a voz, mas não solte a mente. Caminhando em silêncio, registre o canto dos pássaros, ou o murmúrio das águas. Na área urbana, há um grande número de ruídos, alguns bem inconvenientes. Em lugar de sentir o incômodo, apenas registre esses ruídos, sem qualquer avaliação. Perceba o rumor dos passos, o movimento dos braços, o ritmo da respiração. Mas não conceda à mente fazer qualquer "discurso" sobre o que for percebido. Ao surpreendê-la especulando, retome o processo de conscientização, do registro puro e simples do que for visto ou ouvido. E enriqueça a sua vida com essa simples e maravilhosa forma de meditação.


sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Fumaça

A desesperança, o desalento, a inaptidão para viver, o egocentrismo, os estados de carência, boa parte dos desvios psíquicos e das mazelas físicas, são resultado da nossa inabilidade espiritual, ou da total ignorância em relação à nossa verdadeira identidade. Todos lutamos para ser felizes, mas a grande maioria segue confundindo felicidade com o prazer resultante de qualquer conquista ao alcance do ser humano comum.
O Bhagavad Gita nos ensina: "A Luz da Sabedoria está obscurecida pela fumaça da ignorância. O homem ilude-se com isso, pensando que a fumaça é a chama, não podendo enxergar esta atrás daquela". (Cap. 5 / Vers. 15).
Ultrapassar esse estado equivale a vencer as trevas do sofrimento, como assinala o versículo seguinte do mesmo Gita: "Mas aqueles que são capazes de transpor a fumaça percebem a clara luz do Espírito, que brilha como uma infinidade de sóis, livre, sem o véu que a esconde às vistas da maior parte dos homens".

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Projeto Divino, Projeto de Vida

Aos que se sentem vazios e sem perspectivas. Aos que se encontram em qualquer das encruzilhadas do caminho, experimentando a terrível incerteza e a pertinaz insegurança que lhes impedem vislumbrar a almejada solução. Àqueles que se consideram incapazes de superar o desânimo, a apatia, a ausência de disposição para a luta - a todos, convém recordar: somos seres espirituais.
Os que exploram os menos favorecidos. Os que se habituaram a dialogar com as sombras e a se nutrir da penumbra. Os empedernidos e despidos de ética. Os covardes, traidores e hipócritas. Os embebidos e empanturrados de poder. Os aproveitadores e bajuladores de sempre. Os criminosos explícitos e implícitos - também todos esses, é preciso lembrar, são seres espirituais.
O ser humano, protótipo divino, enquanto não adquirir consciência desta sua verdadeira condição e não se dispor a aperfeiçoá-la, estará submisso aos condicionamentos e às armadilhas da existência, onde a dor é inevitável e prevalece.
Jamais será completo qualquer projeto de vida que não seja acompanhado pelo simultâneo empenho em busca do crescimento do Espírito.
À medida que ampliarmos nossa opção pelo Projeto Divino, tudo o mais nos será acrescentado.

sábado, 3 de outubro de 2009

Propósito de Deus

Eis um dos luminosos ensinamentos de Sathia Sai Baba, o maior fenômeno espiritual dos dias que correm: "Cada um tem de exercitar Purusha (a Vitalidade, o Espírito), pois sem Purusha a própria vida é inviável. Viver é empenhar-se, esforçar-se e atingir. Deus criou o homem para que possa se entregar ao talento do Espírito (Purusha) e chegar à vitória. O propósito de Deus não é fazer do homem um consumidor de alimentos, uma pesada carga sobre a terra, um animal escravo dos sentidos. Ele não quis formar uma horda de preguiçosos e desfalecidos, que se encolha frente ao trabalho duro, acumulando gordura e crescendo em monstruosas formas. Deus não criou o homem com a idéia de que ele, enquanto vivo, ignorando seu Criador e negando o Atma (a Centelha Divina em cada um), vadie feito animal, permitindo o desperdício da inteligência e do discernimento, perambulando sem um til de gratidão para com o Doador de todos os bens que ele consome e desfruta". (Sadhana, o Caminho Interior. Ed. Record, Nova Era, 1989).

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Fonte Divina

Quando nos iniciamos na disciplina da Meditação, deixando-nos ficar confiantes e entregues, imersos no profundo silêncio do abismo infinito em nós, começamos a romper com as limitações que caracterizam o ser humano comum.
Passamos a nos nutrir na Fonte Divina do Conhecimento, oculto aos olhos da massa, embora permanentemente à disposição de todos. Começa a desidentificação com o ser social vulgar.
Aos poucos, desfazem-se os vínculos com as preferências ou com o modelo seguido pelas criaturas ligadas à cultura da superfície. Cresce a capacidade de discernir, o impulso de servir desinteressadamente, de amar sem exclusivismos.
Aumenta a disposição de luta pela transformação da Sociedade, na busca de uma convivência igualitária, mas sem os componentes doentios do ódio, da revolta, da intolerância com os que não comungam com nossas idéias, da cegueira religiosa, ideológica ou partidária.
É o ego sendo enfraquecido, para a manifestação do brilho, do esplendor, da amorosa, imparcial e redentora contribuição do Divino.