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Seja sempre o Bem vindo

YOGA’S CITTA VRTI-NIRODHAH

Yoga é a inibição das modificações da mente
(Patânjali –Sec. II ou IV DC )

Somos seres espirituais. Cada um de nós, em Essência, é um Ente Divino. Nossas potencialidades são infinitas. Descobri-las é um feito fantástico. Dinamizá-las e manifestá-las é nosso maior desafio (além de ser um direito exclusivamente nosso). Ao aceitá-lo, assinamos um pacto com a Vida, renunciamos ao espectro da morte, abandonamos a perspectiva de uma existência humanamente frágil, enriquecemos nossa habilidade de viver e nos tornamos efetivamente capazes de ajudar o mundo a ser melhor.

Eis o objetivo, tão pura e simplesmente, do Yoga. Sem subterfúgios, sem tolas discussões sobre formas, acentuações gráficas e outras meras modalidades mercadológicas. Yoga é para ser praticado sempre sem perder de vista o desabrochar do Divino, a superação da egolatria, a vitória final sobre as sombras da ignorância fundamental. Superada esta é que ocorrerá o Grande Despertar e, finalmente, a Porta do Sol irá se abrir.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O Deva e o Buda

O Buda estava um dia no Jardim Anathapindika, na cidade de Jetavana, quando lhe apareceu um Deva vestido de hábitos brancos como a neve e houve o seguinte diálogo:
Deva - Qual é a espada mais cortante? Qual é o maior veneno? Qual é o fogo mais ardente? Qual é a noite mais escura?
Buda - A palavra raivosa é a espada mais cortante. A inveja é o mais mortal veneno. A luxúria é o fogo mais ardente e a ignorância é a noite mais escura.
Deva - Quem obtém a maior recompensa? Quem sofre a maior perda? Qual é a armadura mais impenetrável? Qual é a melhor arma?
Buda - Quem dá sem desejo de receber é quem mais ganha. Quem recebe de outro sem devolver nada é o que mais perde. A paciência é a armadura mais impenetrável. A sabedoria é a maior arma.
Deva - Qual é o ladrão mais perigoso? Qual o tesouro mais precioso? Quem recusa o melhor que lhe é oferecido neste mundo?
Buda - Um mau pensamento é o ladrão mais perigoso. A virtude é o tesouro mais precioso. Recusa o que melhor se lhe oferece quem aspira a imortalidade.
Deva - O que atrai e o que repugna? Qual é a dor mais terrível? Qual é a maior felicidade?
Buda - O Bem atrai. O mal repugna. A maior dor é a má conduta. A libertação é a maior felicidade.
Deva - O que ocasiona a  ruína do mundo? O que destrói a amizade? Qual é a febre mais aguda? Qual é o melhor médico?
Buda - A ignorância arruína o mundo. A inveja e o egoismo destroem a amizade. O ódio é a febre mais aguda. O Buda é o melhor médico.
Deva - Tenho mais uma dúvida: o que é que o fogo não queima, nem a ferrugem consome, nem o vento abate e é capaz de reconstruir o mundo inteiro?
Buda - O benefício das boas ações.
Satisfeito o Deva com as respostas do Buda, com as mãos juntas se inclinou respeitosamente ante Ele e desapareceu.


quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Os Mestres Advertem

Cada um de nós é responsável por seus próprios atos e omissões. Dessa responsabilidade não podemos nos livrar. Nosso juiz supremo é a nossa própria consciência. Somente a ela devemos obediência em qualquer circunstância. Ninguém pode ser honrado ou desonrado por atos, palavras ou atitudes de outras pessoas, mas unicamente por seus próprios atos e suas palavras e atitudes. O que dizem, pensam ou propalam de nós, não é problema nosso, mas de quem assim procede, ao qual cabe toda a responsabilidade. Ninguém tem o poder de nos ofender. Quem nos ofende e maltrata são nossos próprios sentimentos inferiores feridos. Somos nós que distribuimos a nós mesmos felicidade ou desgraça, triunfo ou miséria. Nossa existência é um caminho construído por nós mesmos. Ninguém poderá percorrê-lo por nós: o karma de cada indivíduo somente poderá ser resgatado por ele próprio. Onde há amor não há pecado.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O Plano da Semente

Um exemplo bastante conhecido nos faz lembrar que a semente tem em si todo o plano da fruta. Por ser do reino vegetal, plantas, assim como minerais e animais, evidentemente, não possuem consciência. Nós, seres humanos, dispomos de uma vontade particular, o que nos difere dos chamados reinos inferiores. Somos capazes de formular e sobrepor conceitos, o que nos oferece o domínio do presente (hoje, agora, está acontecendo isto), do passado (ontem ocorreram tais coisas) e de parte do futuro (amanhã é meu aniversário). Nós temos planos, projetos, anseios, desejos, esperanças, dúvidas. Enquanto o animal conhece e enfrenta somente na hora em que acontecem a fome, o cansaço, o perigo e a morte, seres humanos, conscientes desses padecimentos, antecipam as respectivas agonias. E sofrem. Entre nós predominam as vontades (eu quero, eu vou, eu faço, eu gosto, eu detesto...) o que nos faz viver para comer, beber, dormir, reproduzir (nesse ponto muito nos assemelhamos aos animais) e buscar incessantemente um meio de ser feliz. A felicidade precisa ser encontrada com algo ou alguém. Nunca em nós mesmos. Antigo texto hindu nos descreve: seres humanos são feitos de desejo (kama); conforme seu desejo será sua vontade (kratu); conforme sua vontade, sua ação (karma); cada ação gera uma reação, responsabilizando o livre arbítrio. O que se contrapõe à nossa vontade individual é a chamada "Vontade Cósmica" (um termo impróprio, porém mais adequado para o nosso entendimento), que contraria kama e kratu, provocando uma reação que origina a dor. A dor, antes de tudo profundamente pedagógica, nos acompanhará até entendermos sua origem e tratarmos de eliminá-la, o que se dará quando nos convencermos de que, tal como a semente da fruta, somos portadores do inigualável e amoroso "Plano Divino", tendo ignorado, até então, onde reside a verdadeira Felicidade.