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Seja sempre o Bem vindo

YOGA’S CITTA VRTI-NIRODHAH

Yoga é a inibição das modificações da mente
(Patânjali –Sec. II ou IV DC )

Somos seres espirituais. Cada um de nós, em Essência, é um Ente Divino. Nossas potencialidades são infinitas. Descobri-las é um feito fantástico. Dinamizá-las e manifestá-las é nosso maior desafio (além de ser um direito exclusivamente nosso). Ao aceitá-lo, assinamos um pacto com a Vida, renunciamos ao espectro da morte, abandonamos a perspectiva de uma existência humanamente frágil, enriquecemos nossa habilidade de viver e nos tornamos efetivamente capazes de ajudar o mundo a ser melhor.

Eis o objetivo, tão pura e simplesmente, do Yoga. Sem subterfúgios, sem tolas discussões sobre formas, acentuações gráficas e outras meras modalidades mercadológicas. Yoga é para ser praticado sempre sem perder de vista o desabrochar do Divino, a superação da egolatria, a vitória final sobre as sombras da ignorância fundamental. Superada esta é que ocorrerá o Grande Despertar e, finalmente, a Porta do Sol irá se abrir.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Porque sofremos - Kleshas

Para o Yoga, o que nos leva ao sofrimento parte de um pernicioso condicionamento mental. Tão pernicioso que nos torna incapazes de perceber o que a vida nos reserva além do que nos chega através dos sentidos comuns, induzindo-nos a buscar a felicidade, principalmente (ou, nos casos mais graves, exclusivamente) na satisfação desses mesmos sentidos. O que provoca esse condicionamento é chamado pelo Yoga de Kleshas (pronuncia-se com o "e" fechado). Literalmente, a palavra sânscrita significa dor, aflição, miséria, tendo seu uso continuado, porém, passado a representar as causas da dor existencial, isto é, os transtornos  do existir, do viver para o que está do lado de fora do ser, no mundo objetivo.
Kleshas são os obstáculos no caminho para a busca de níveis de consciência superior. Impedem ou retardam nosso avanço espiritual. Dificultam o desabrochar, o desenvolvimento e a plenificação do que temos de mais refinado, da qualidade divina latente, comum a todos nós. Enquanto qualquer um dos Kleshas prevalecer, continuaremos subjugados à insegurança psicológica, afeitos a rancores e temores, sem condições de desfrutar da felicidade perene, procurando-a, em vão, num mundo exclusivista, impondo barreiras à manifestação dos nossos indispensáveis e permanentes atributos divinos.
Patânjali, o sábio indiano codificador do Raja Yoga, o Yoga Real (veja o texto de abertura deste Blog), estabeleceu em cinco o número de Kleshas, síntese até hoje considerada admirávelmente perfeita para o estudo e a reflexão filosóficos. Para tornar mais agradável a presente leitura, cada um dos Kleshas será publicado em postagens diárias sucessivas, a partir do primeiro, que origina os demais.
Avidya - Ignorância, no sentido cósmico (a palavra Vidya quer dizer Sabedoria: o sufixo "a" lhe dá  significado contrário). O que julgamos verdadeiro não passa de um embuste, porque sujeito ao ciclo nascimento-morte-nascimento. Mesmo assim é o que mais valorizamos, dada a sua grosseira evidência e em face do nosso envolvimento por Avidya, que nos faz viver para o fenômeno e desprezar o nômeno. Em grego, fenômeno significa irreal e nômeno, real. Em consequência, permanecemos sujeitos às existências sucessivas (reencarnações), no mundo dos fenômenos, no mundo de Avidya - onde prevalece o sofrimento.

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