"Se Deus brilha, tudo brilha. É por sua Luz que brilham todas as coisas". A lembrança desse antigo raciocínio tecido pelos Mestres do Bhakti Yoga - o Yoga da Devoção - é de permanente utilidade para os seres humanos carentes de Deus em suas vidas.
Sabe-se que tal carência é maior ou menor, para uns e outros, mas a lição contida nesse ensinamento pode favorecer a todos, e em qualquer época, indistintamente.
A Luz Divina é Amor e o amor é a essência de tudo. Nada há que possamos fazer desprovido de amor - impulso de cada pensamento, de cada ação, de cada emoção. Quer seja a atitude mais altruísta ou o comportamento mais vergonhosamente egoísta, nada escapa ao princípio divino do amor. A dificuldade consiste em aprender a dirigir esse impulso. Todo veneno é remédio, e todo remédio pode ser transformado em veneno, dependendo do adequado uso. Individualizar o impulso divino do amor, restringindo-o, limitando-o ao cárcere humilhante do comportamento egoísta, é o que o descaracteriza, é o que ergue obstáculos à Luz. De Swami Vivekananda, Mestre do Bhakti Yoga, é a lição seguinte: "É o mesmo sentimento de amor, bem ou mal dirigido, que impulsiona um homem a fazer o bem e tudo dar aos pobres, enquanto que a outro homem faz-lhe cortar o pescoço de seu semelhante e apoderar-se de seus bens. O primeiro ama o próximo, tanto quanto o segundo a si mesmo. Enquanto no primeiro caso a direção do amor é reta e adequada, no segundo é má. O mesmo fogo que aquece nosso alimento pode também queimar uma criança. Se tal acontece, não é por culpa do fogo. A diferença reside na maneira em que este é utilizado. Também o amor, esse intenso desejo de união, o poderoso impulso dos seres que não querem senão ser um, e que poderá ser depois o desejo de todos se tornarem um, manifesta-se em todas as partes, sob formas mais ou menos elevadas, segundo os casos".
São Paulo, em uma de suas mensagens aos Coríntios, assim refere-se à importância do amor: "Se eu desse aos pobres tudo quanto tenho e fosse queimado vivo por pregar o Evangelho, e contudo não tivesse amor, isso não teria valor algum. O amor é muito paciente e bondoso, nunca é invejoso ou ciumento, nunca é presunçoso nem orgulhoso. Nunca é arrogante, nem egoísta, nem tampouco rude. O amor não exige que se faça o que ele quer" (...) "Todos os poderes especiais terminarão um dia. Porém o amor continuará para sempre". (Cor. 13/3-8).
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